O desenvolvimento de tecnologias capazes de adquirir volumes de imagem usando transdutores volumétricos com alta velocidade e bom processamento contribuiu para o surgimento de tecnologias que complementam o diagnóstico convencional de imagem em Modo B nos exames obstétricos, ginecológicos e até em medicina interna. Neste Post eu te apresento o funcionamento de alguns softwares que utilizam a volumetria em exames de Ginecologia e Obstetrícia. Confira!
O software STIC – Spacial-Temporal Image Correlation é uma ferramenta que já existe desde 2003 e permite a análise anatômica volumétrica do coração. Permite identificar patologias e fisiologia do coração fetal como alterações de câmaras, válvulas e fluxos.
Para aquisição do volume, o usuário deve selecionar uma região de interesse (ROI), que determina a altura e largura do volume. Esta dimensão deve englobar todas as dimensões vasculares. Neste momento é importante a paciente estar em apneia e o feto parado. Qualquer movimento atrapalha a aquisição do volume e caso isso ocorra é necessário recomeçar.
Neste tipo de estudo é realizada uma varredura única que adquire um bloco volumétrico para os estudos, como visto nos cortes nas imagens abaixo. As imagens podem ser estudadas tanto no modo multiplanar quanto no renderizado ou de superfície, de forma estática (3D) ou em movimento (4D), por meio de uma sequência de quadros (cineloop) adquirido. Além disso, o estudo pode ser realizado com o sem o modo Color Doppler.
Por não ser uma tecnologia tão recente, existem diversos artigos falando sobre a aplicação clínica do STIC. Inclusive, para escrever este post eu consultei um que fala sobre a aplicação do STIC em avaliações de doenças cardíacas congênitas, o mesmo está citado na referência no final do post.
O outro software que irei abordar neste post o TUI (Thomografic Ultrassound Imaging), conhecido como cortes tomográficos. A GE Healthcare é a desenvolvedora dos Softwares STIC e TUI. O princípio deste software também é utilizado por outros fabricantes de equipamento, como por exemplo o software 5D HEART da Samsung que realiza a automação dos cortes de Eco-fetal utilizando também um bloco adquirido.
Neste recurso um volume de dados adquirido é usado para produzir imagens de múltiplos cortes permitindo a visualização simultânea das estruturas. Neste tipo de recurso é permitido aumentar e diminuir a espessura do corte, número de cortes exibidos e permite fácil documentação dos mesmos.
É possível ainda utilizar o TUI com o STIC para visualizar cortes tomográficos de um bloco adquirido do coração fetal. Minha dica para você é que reposicione o bloco (mudando os eixos) para acertar os cortes que você deseja visualizar. Além disso, o TUI também é usado para visualizar o polo cefálico em exames obstétrico, além outras aplicações.
Escreva para mim e comente abaixo: qual tipo de recurso você gostaria de saber mais em equipamentos de Ultrassom?
Referência: http://www.scielo.br/pdf/rbccv/v28n1/v28n1a02.pdf
Júnior E.A., Rolo L.C., Nardozza L.M.M., Moron F.A. Avaliação cardíaca fetal por meio da ultrassonografia 3D/4D (STIC): qual é sua real aplicabilidade no diagnóstico das doenças cardíacas congênitas?