O que você precisa saber para começar a usar Elastografia – Parte 1

A Elastografia é um recurso dos equipamentos de ultrassom que permite avaliar a rigidez de diversos tecidos e assim é capaz de determinar a característica de uma lesão.

O método consiste em submeter o tecido a uma vibração e analisar o seu deslocamento. Dois métodos podem ser utilizados e estão presentes nos equipamentos de ultrassom hoje em dia.  As Ondas de compressão ou Ondas de cisalhamento (ARFI ou Shear Wave).

Neste artigo vou falar do método por Ondas de Compressão que é o mais comum, presente em uma grande variedade de equipamentos. Através deste método é realizada uma compressão manual com o transdutor. Podemos analisar o resultado através de uma análise qualitativa e semi-quantitativa. Como vemos na imagem abaixo.

A qualitativa é análise através da imagem de cores, a qual o tecido é visualizado com um mapa de cores por cima. Dependendo do mapa utilizado, as mais próximas do azul tem intensidade High, são mais rígidas, ou seja sofrem menor deformação. Enquanto cores mais próximas do amarelo e vermelho sofrem maior deformação, sendo consideradas mais soft. Observe o mapa de cor do equipamento que você está trabalhando Podem não ser igual ao da foto, dependendo do fabricante do equipamento o qual você está trabalhando.

A análise semi-quantitativa verificamos através do gráfico, onde convertemos a escala de cor vizualizada no ROI, em Strain (deformação).

Para obter um bom resultado dessas análises as compressões devem ser realizadas paralelas ao tecido, de formar suave, porém completando a barra de qualidade de compressão que aparece nos equipamentos.

A barra mostra a qualidade da compressão deve ser preenchida ao máximo e depois relaxar a compressão. Os ciclos devem ser repetidos e depois entrar no modo de análise. (caso esteja disponível no equipamento).

Este médodo de elastografia está sendo utilizado em estudos de mama e de tireoide. E no final as análises agregam mais uma informação ao estudo que é a rigidez do tecido, porém análises como modo B, modo Color, Power Doppler e Doppler pulsado continuam tendo a sua importância.  

Este tipo de análise é ineficiente para estudos de fígado por usarem transdutores convexos, por estar muito afastado da região de estudo não permitem uma boa análise através da compressão manual.

Uma fato que poucos médicos sabem é que muitos dos equipamentos de ultrassom mais simples, também tem a possibilidade de fazer elastografia, porém fazem apenas a análise qualitativa. Os equipamentos de tecnologia intermediária e de ponta são capazes de fazer a análise qualitativa e semi-quantitativa em sua maioria.

Ao começar os estudos com elastografia manual existe uma curva de aprendizado para realizar a compressão de forma adequada, mas podem acreditar com o tempo ganha-se prática. Além disso por ser uma tecnologia nova também é necessário se atualizar sobre a literatura na área ou realizar cursos específicos.

Os métodos ARFI ou Shear Wave tem outro princípio físico, neste método o transdutor emite um pulso sonoro que irá provocar a deformação no tecido. Falaremos em um outro momento, mas adianto que o mesmo só está presente em equipamentos mais sofisticados.